Pará registrou aumento de vítimas negras de um ano para o outro
A segurança pública continua desafiadora no Pará e os números de mortes decorrentes da intervenção do Estado comprovam isso: foram 530 vítimas em 2023. A estatística é interpretada como positiva pelo governo, já que em 2022 foram 101 casos a mais. Esses indicadores demonstram uma redução de 16% em relação a 2022. No entanto, mesmo com a diminuição, o alvo preferencial da polícia segue o mesmo: a juventude negra.
Ao analisarmos os dados, percebemos um aumento de vítimas negras em relação ao ano anterior: foram 232 em 2023, ou seja, 32 casos a mais do que em 2022. Impressiona a quantidade de jovens mortos pela polícia: 336 tinham entre 12 e 29 anos, representando 63,4% dos casos. A maioria das vítimas tinha baixa escolaridade – 317 pessoas.
Existe um desafio essencial a ser enfrentado no Brasil a nível de governo nacional e estadual: o de reduzir as desigualdades socioespaciais existentes no país. A redução só se daria pela presença de políticas públicas integradas, enfrentamento ao racismo institucional nas corporações policiais e na efetivação de uma política de redução de danos capaz de substituir a “guerra às drogas”. Cabe, portanto, ao Estado criar estratégias eficazes de efetivação e consolidação da segurança pública cidadã e com princípios fundamentados na dignidade humana e na preservação de direitos.
Destaque 1: Três municípios somaram 138 mortes
Destaque 2: 59,8% das vítimas tinha baixa escolaridade
Destaque 3: Uma vítima a cada 17 horas
Número e proporção de mortes decorrentes da intervenção do Estado por faixa etária – Pará – 2023
Fonte: SEGUP-PA | Elaboração: Rede de Observatórios da Segurança
Ranking dos seis municípios com mais mortes decorrentes da intervenção do Estado por cor ou raça – Pará
Fonte: SEGUP – PA | Elaboração: Rede de Observatórios da Segurança
*Soma de pretos e pardos conforme o critério estabelecido pelo IBGE
**Não Identificados