Rede de Observatórios de Segurança

Rede de Observatórios da Segurança é lançada no Rio

event 28 de maio de 2019

A Rede de Observatórios da Segurança começará a monitorar diferentes índices a partir do dia 1º de junho. Organizações do Ceará, Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo formam a Rede.

Com a lembrança de casos de impunidade de assassinatos ocorridos em favelas e periferias brasileiras, sobretudo de jovens negros, do alto número de mortes decorrentes de intervenção policial, de chacinas em presídios, como a recém ocorrida em Manaus, dos índices recorde de feminicídio, e das agressões contra negros e LGBTQs, entre outros indicadores de violência no País, foi lançada nesta terça (28), no Rio de Janeiro, a Rede de Observatórios de Segurança. 

O evento contou com a presença de representantes das organizações parceiras da Rede nos estados, ativistas, pesquisadores, financiadores, parlamentares, acadêmicos, jornalistas, profissionais da segurança pública e representantes do Poder Judiciário.

A Rede de Observatórios irá divulgar regularmente diferentes indicadores de violência e criminalidade e contribuirá para a construção de uma agenda propositiva para políticas de segurança pública no País.

A metodologia da Rede é inspirada no Observatório da Intervenção, que monitorou diferentes índices durante a intervenção federal no Rio de Janeiro no ano passado. A  iniciativa vai acompanhar, além de dados oficiais, 16 indicadores de violência. São eles: Feminicídio e violência contra mulher; Racismo e injúria racial; Violência contra LGBTQ+; Intolerância religiosa; Violência contra crianças e adolescentes; Linchamentos; Violência armada; Ações e ataques de grupos criminais; Manifestação, greve e protesto; Violências, abusos e excessos por parte de agentes do Estado; Policiamento; Violência contra agentes do Estado; Corrupção policial; Chacinas; Sistema penitenciário  e Sistema socioeducativo.

Muitos destes dados não são divulgados oficialmente e serão monitorados pela primeira vez, em uma iniciativa inédita da Rede. “Nosso papel também é exigir a divulgação de dados oficiais com qualidade por parte dos estados, pois é direito da sociedade civil ter acesso a estas informações de forma transparente e confiável”, aponta Silvia Ramos, coordenadora da Rede, lembrando que em vários estados brasileiros sequer os índices oficiais estão disponíveis.

Representantes de diferentes organizações falaram durante o evento e muitos ressaltaram a importância da iniciativa em um momento de endurecimento das políticas de segurança pública, com o incentivo ao uso de armas por civis e o aumento de operações policiais violentas, sobretudo em áreas de favelas e periferias das cidades. “É importante resistir e fortalecer iniciativas que tragam outras narrativas, mostrem realidades que não constam dos dados oficiais, que contem as histórias que estão por trás das estatísticas. É preciso dar visibilidade a tudo isso”, ressaltou Silvia.

Assista ao vídeo, dirigido pelo cineasta Bebeto Abrantes, sobre o lançamento.

Rede nos estados

Além do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec), a Rede é formada por quatro organizações que já atuam nas áreas de segurança pública e direitos humanos: Iniciativa Negra (Bahia); Laboratório de Estudos da Violência (LEV/Ceará); Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (Gajop/Pernambuco) e Núcleo de Estudos da Violência (NEV/São Paulo).

O monitoramento dos dados nos cinco estados começa no dia 1º de junho e, depois de coletados, analisados  e processados, estarão disponíveis no site da Rede de Observatórios da Segurança: www.rededeobservatorios.com.br

“O trabalho da Rede é relevante tanto para compararmos os dados e homogeneizar a metodologia quanto para visibilizar o que há de específico em cada realidade”, salientou César Barreira, do Laboratório de Estudos da Violência (LEV-CE). “Vamos poder entender o que há de semelhante nessas realidades e quais são as situações inerentes àquele local, aprofundando nosso entendimento sobre as dinâmicas de violência no País”. 

Para Dudu Ribeiro, da Iniciativa Negra, da Bahia, “o trabalho da Rede vai ajudar a visibilizar a violência sobretudo contra a juventude negra, que é uma das principais vítimas de homicídios não só na Bahia como no País”. Ele ressalta ainda a importância de produzir dados de qualidade sobre temas como racismo, intolerância religiosa e violência contra LGBTQs.

Já Marcos Cesar Alvarez, vice coordenador do Núcleo de Estudos da Violência da USP, comenta que “o desafio da Rede consiste justamente em dar visibilidade para diferentes formas da violência e sensibilizar a opinião pública para esses temas em um momento em que discursos e práticas contrários aos Direitos Humanos emergem no debate público”.

Igo Ribeiro, coordenador de pesquisa do GAJOP/PE, salienta a importância da produção de dados com transparência, rigor e qualidade. “O Nordeste é uma região fundamental para a compreensão do cenário de violência e de letalidade no Brasil. Sabemos que há uma mancha vermelha de sangue e preta de cor sobre o Nordeste, por isso precisamos dar atenção especial ao indicadores de raça, essencial para a compreensão da violência”, alerta.

Os dados da Rede de Observatórios serão gerados a partir de informações publicadas em jornais impressos e online, páginas e perfis de redes sociais e iniciativas parceiras como o Fogo Cruzado (no Rio de Janeiro e Recife). Além disso, as bases de dados e estatísticas oficiais também serão monitoradas e analisadas. A Rede de Observatórios vai ainda acompanhar  a evolução dos gastos públicos no setor nos estados e no país.

Outra dimensão do trabalho da  Rede de Observatórios é a criação de fóruns de discussão. As equipes dos cinco Observatórios convidarão parceiros para participar de redes temáticas em diferentes áreas: pesquisadores de segurança pública; ativistas de favelas e periferias; ONGs e movimentos sociais; movimento negro; movimento LGBT; mandatos de parlamentares; Judiciário e Ministério Público; tecnologia e transparência; e comunicação.

A partir destes dados e análises de especialistas, a Rede de Observatórios pretende produzir balanços, relatórios e proposições, além de vídeos e produtos de comunicação que informem diretamente o público, jornalistas e instituições, com o objetivo de incentivar um debate amplo sobre políticas de segurança.  Seminários, debates e conferências também estão na lista de ações que serão promovidas pela Rede de Observatórios.

A Rede de Observatórios da Segurança tem apoio da Fundação Ford.O CESeC é apoiado pela Open Society Foundations.

O evento contou com a presença de representantes das organizações parceiras da Rede nos estados, ativistas, pesquisadores, financiadores, parlamentares, acadêmicos, jornalistas, profissionais da segurança pública e representantes do Poder Judiciário.

A Rede de Observatórios irá divulgar regularmente diferentes indicadores de violência e criminalidade e contribuirá para a construção de uma agenda propositiva para políticas de segurança pública no País.

A metodologia da Rede é inspirada no Observatório da Intervenção, que monitorou diferentes índices durante a intervenção federal no Rio de Janeiro no ano passado. A  iniciativa vai acompanhar, além de dados oficiais, 16 indicadores de violência. São eles: Feminicídio e violência contra mulher; Racismo e injúria racial; Violência contra LGBTQ+; Intolerância religiosa; Violência contra crianças e adolescentes; Linchamentos; Violência armada; Ações e ataques de grupos criminais; Manifestação, greve e protesto; Violências, abusos e excessos por parte de agentes do Estado; Policiamento; Violência contra agentes do Estado; Corrupção policial; Chacinas; Sistema penitenciário  e Sistema socioeducativo.

O evento contou com a presença de representantes das organizações parceiras da Rede nos estados, ativistas, pesquisadores, financiadores, parlamentares, acadêmicos, jornalistas, profissionais da segurança pública e representantes do Poder Judiciário.

A metodologia da Rede é inspirada no Observatório da Intervenção, que monitorou diferentes índices durante a intervenção federal no Rio de Janeiro no ano passado e a iniciativa vai acompanhar, além de dados oficiais, 16 novos indicadores de violência. São eles, Feminicídio e violência contra mulher; Racismo e injúria racial; Violência contra LGBTQ+; Intolerância religiosa; Violência contra crianças e adolescentes; Linchamentos; Violência armada,; Ações e ataques de grupos criminais; Manifestação, greve e protesto; Violências, abusos e excessos por parte de agentes do Estado; Policiamento; Violência contra agentes do Estado; Corrupção policial; Chacinas; Sistema penitenciário e Sistema socioeducativo.

Muitos destes dados não são divulgados oficialmente e serão monitorados pela primeira vez, em uma iniciativa inédita da Rede. “Nosso papel também é exigir a divulgação de dados oficiais com qualidade por parte dos estados, pois é direito da sociedade civil ter acesso a estas informações de forma transparente e confiável”, aponta Silvia Ramos, coordenadora da Rede, lembrando que em vários estados brasileiros sequer os índices oficiais estão disponíveis.

Representantes de diferentes organizações falaram durante o evento e muitos ressaltaram a importância da iniciativa em um momento de endurecimento das políticas de segurança pública, com o incentivo ao uso de armas por civis e de operações policiais violentas sobretudo em áreas de favelas e periferias das cidades. “É importante resistir e fortalecer iniciativas que tragam outras narrativas, mostrem realidades que não constam dos dados oficiais, que contem as histórias que estão por trás das estatísticas. É preciso dar visibilidade a tudo isso”, ressaltou Silvia.

Nos estados

O monitoramento dos dados nos cinco estados começa no dia 1º de junho e, depois de coletados, analisados e processados, estarão disponíveis no site da Rede de Observatórios da Segurança:

A intenção da Rede de Observatórios é divulgar com frequência um panorama de diferentes índices de violência e contribuir para a construção de uma agenda propositiva para políticas de segurança pública no País.

Além do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec), a Rede é formada por quatro organizações que já atuam nas áreas de segurança pública e direitos humanos: Iniciativa Negra (Bahia); Laboratório de Estudos da Violência (LEV/Ceará); Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (Gajop/Pernambuco) e Núcleo de Estudos da Violência (NEV/São Paulo).

Os dados da Rede de Observatórios serão gerados a partir de informações publicadas em jornais impressos e online, páginas e perfis de redes sociais e iniciativas parceiras como o Fogo Cruzado (no Rio de Janeiro e Recife). Além disso, as bases de dados e estatísticas oficiais também serão monitoradas e analisadas. A Rede de Observatórios vai ainda acompanhar a evolução dos gastos públicos no setor nos estados e no país.

Outra dimensão do trabalho da Rede de Observatórios é a criação de fóruns de discussão. As equipes dos cinco Observatórios convidarão parceiros para participar de redes temáticas em diferentes áreas: pesquisadores de segurança pública; ativistas de favelas e periferias; ONGs e movimentos sociais; movimento negro; movimento LGBT; mandatos de parlamentares; Judiciário e Ministério Público; tecnologia e transparência; e comunicação.

A partir destes dados e análises de especialistas, a Rede de Observatórios pretende produzir balanços, relatórios e proposições, além de vídeos e produtos de comunicação que informem diretamente o público, jornalistas e instituições, com o objetivo de incentivar um debate amplo sobre políticas de segurança. Seminários, debates e conferências também estão na lista de ações que serão promovidas pela Rede de Observatórios.

A Rede de Observatórios da Segurança tem apoio da Fundação Ford e da Open Society Foundation.

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