Rede de Observatórios de Segurança

RJ: Nove chacinas policiais em dois meses

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event 11 de março de 2021

O Observatório da Segurança do Rio de Janeiro divulgou os dados sobre ações policiais no último bimestre. Houve um aumento de 161% de mortes em relação aos dois últimos meses de 2020. A letalidade policial está explodindo no Rio de Janeiro. No mesmo período no ano passado, tivemos menos operações e menos letalidade. O governo de Cláudio Castro tira mais vidas do que o de Wilson Witzel – que mandava atirar na cabecinha.

Assistimos em janeiro e fevereiro ao crescimento de ações policiais sem controle, com uso de violência letal e o retorno ao padrão das mortes decorrentes de ação de agentes do Estado que víamos antes da pandemia. Em novembro e dezembro tivemos 18 mortos e 5 feridos nas operações monitoradas. Em janeiro e fevereiro foram 47 mortos e 14 feridos. 

Os tiros vêm sendo abafados pela crise da Covid-19. As chacinas ou mortes múltiplas revelam que o resultado da operação não foi uma morte acidental ou não intencional. As chacinas que se repetem mostram que as operações policiais são movidas pela intenção de eliminar pessoas que a polícia acha que são ligadas à criminalidade: a polícia entra na favela para deixar o corpo no chão.

O Rio de Janeiro ainda está sob a vigência da ação do STF  que proíbe operações policiais não justificadas nas favelas durante a pandemia. As polícias do Rio de Janeiro desobedecem às ordens do STF sistemáticamente. 

86% dos mortos pela polícia são negros

Em dezembro do ano passado, a Rede de Observatórios da Segurança lançou o relatório A cor da violência polícia: a bala não erra o alvo. O estudo trouxe dados sobre a cor dos mortos em ações policiais nos cinco estados em que a Rede atua: Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. No Rio de Janeiro, 86% dos que morreram em ações policiais eram negros. 

Para acessar o infográfico com os dados divulgados pela Rede sobre os dois primeiros bimestres do ano. Acesse o link.

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