Observatório da Segurança RJ analisa dados do ISP
Na semana passada, 12 pessoas foram mortas em operações policiais apenas na cidade do Rio de Janeiro. A polícia fluminense tem feito mortes em série, em verdadeiras chacinas oficiais. Os últimos dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) mostram que, de janeiro a agosto de 2019, houve aumento de 16% das mortes decorrentes de ação policial em relação a 2018. São 1.249 mortes, um recorde histórico.
A participação das forças policiais nas mortes violentas é tão grande que mantém ainda muito elevadas as taxas de letalidade, apesar da queda no número de homicídios registrada no Rio. No Estado do Rio de Janeiro, 30% dos homicídios no estado foram praticados pela polícia; na capital, a proporção é de mais de 40%. Em áreas de 15 delegacias do RJ, a polícia já é responsável por mais de 50% das mortes.
O coordenador de pesquisa da Rede de Observatórios, Pablo Nunes, produziu um estudo dos principais dados do ISP. Veja abaixo alguns destaques:

Ao todo, o Rio de Janeiro registrou 2.717 homicídios de janeiro a agosto de 20119, contra 3.461 em 2018. A alta em Paraíba do Sul e municípios vizinhos chama a atenção: o que está acontecendo na AISP 38?

Em 2017, a polícia era responsável por 16,2% das mortes violentas no estado, com 713 mortes. Em 2018, ano da intervenção federal na segurança fluminense, foram registradas 1.075 mortes decorrentes de ação policial — o maior número registrado até então. A participação de policiais na letalidade violenta foi de 22%. Este ano, em apenas oito meses, policiais já mataram 1.249 pessoas — o que corresponde a 30,7% de todas as mortes violentas.

Chama atenção também o aumento das mortes na região de Paraíba do Sul, Três Rios e Sapucaia, contrariando a tendência de queda dos homicídios no Estado (21.5% menos do que o mesmo período do ano passado). O que está acontecendo na região?
Veja abaixo um documento com todos os números analisados.